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Quem salva o Planeta é um super-herói




A missão era ambiciosa e, para a cumprirmos com sucesso, precisávamos da ajuda de verdadeiros super-heróis.

Quem, mais do que as famílias, tem o poder de multiplicar o amor e mudar o mundo? Quem, mais do que as famílias, pode salvar o Planeta?

Fizemos o desafio e as famílias juntaram-se a nós. No sábado passado, às 15h, a magia aconteceu. Umas atrás da outras, as famílias começaram a chegar. Miúdos munidos de capas e determinação, pais munidos de esperança. Algumas caras conhecidas, outras que adorei conhecer. Caras que só “conhecia” das redes sociais e outras que fazem parte da minha vida e caminham ao meu lado mesmo quando sonho mais alto. Fizemos um briefing inicial, distribuímos os sacos (dois por família, um para o plástico e o outro para o resto do lixo), combinámos uma hora para o reencontro e espalhámo-nos pelo areal.



O dia estava bom, com muito sol e pouco vento, e na praia estavam alguns grupos de pessoas a aproveitar os últimos dias de bom tempo antes de regressar o frio. Fiquei ali uns minutos, só a ver o espetáculo que me encheu o coração. Os miúdos estavam empenhados em apanhar todo o lixo que encontravam. Os pais acompanhavam-nos e davam assistência com os sacos. Ao longe, só via capas de todas as cores a esvoaçar. Miúdos a inspecionar a praia com olhos de falcão. Adultos curvados, a apanhar pedaços minúsculos de plástico, beatas de cigarros, redes e outro tipo de lixo que se escondiam na areia.

Durante cerca de uma hora, naquela tarde de sábado, a praia encheu-se de super-heróis.


Enquanto passávamos pelas pessoas que estavam a apanhar sol nas toalhas, íamos sendo abordados com perguntas sobre o que estava a acontecer. Algumas falaram comigo. Sei que aconteceu o mesmo com outras famílias. Confesso que, ainda em casa, imaginei a reação destas pessoas à nossa invasão. Talvez se sentissem incomodadas com o frenesim das crianças e dos sacos. Talvez pensassem que não deveríamos estar ali a fazer aquele “trabalho”, especialmente com crianças pequenas. Mas toda a gente reagiu muito bem. Sorriram. Abraçaram-nos. Agradeceram. Deram importância ao empenho dos miúdos. Valorizaram o envolvimento das famílias. Vieram ter connosco para nos entregarem o lixo que tinham acumulado nesse dia.

Ao fim de uma hora, reencontramo-nos no ponto de partida e juntámos os sacos com o lixo que recolhemos. Foi só uma hora. Mas aquilo que juntámos impressionou miúdos e graúdos. Todos ficaram incomodados com a quantidade de beatas de cigarro (nos mais diversos estados de degradação), de pauzinhos de cotonetes e chupa-chupas, caricas, algumas latas e muitos, muitos pedacinhos minúsculos de plástico. Tudo isto, recolhido no espaço de uma hora, numa praia aparentemente limpa. Todos sabemos que o mar devolve à praia o lixo que lhe fazemos chegar. Mas estar lá, curvarmo-nos vezes sem conta para apanhar tudo isto com as nossas próprias mãos tem um impacto gigante na forma como encaramos os nossos hábitos.



No fim da limpeza, reuni as crianças e conversei um bocadinho com elas sobre o que tinha acontecido. Sobre o lixo que tinham apanhado, sobre o impacto que isso teve nelas, sobre as boas práticas que devemos adotar no dia-a-dia. Fiquei maravilhada com os seus comentários. Com a indignação com que falaram. Com a consciência que mostraram ter.

Nós, adultos, precisamos de lhes dar voz. Precisamos de os ouvir, de os respeitar, de os proteger. O futuro do nosso planeta está nas mãos destes super-heróis. Se nós, que tanto a estragamos, os soubermos ouvir, orientar e apoiar, a Terra ficará em boas mãos.



Missão cumprida!


25 famílias | 25 super-miúdos | 1 cadela | mais de 70 pessoas

O plástico que recolhemos será entregue à Zouri, para a produção das solas das suas sapatilhas (sigam o link para saberem mais sobre estes produtos 100% produzidos em Portugal). Fica aqui o nosso agradecimento à marca por se ter associado a nós nesta missão. Obrigada Zé Diogo Cunha e Luís Ferreira pelas fotografias que captaram.


O último agradecimento vai para todos os super-miúdos. Graças a vocês, a nossa missão foi um sucesso!

 

Quem salva o planeta é um super-herói.

Foi com base neste pensamento que surgiu a ideia de desafiar os miúdos a fazerem capas a partir de t-shirts fora de uso que andassem perdidas lá por casa. A ideia foi bem acolhida pelas crianças e respetivas famílias e o resultado foi maravilhoso. Quase todas as crianças presentes no evento trouxeram uma capa colorida, decorada ao seu gosto e envergaram-na orgulhosamente durante o exercício da missão. Até a Sushka, uma simpática cadela que se juntou a nós naquela tarde, fez questão de vir vestida a rigor. Não imaginam como esta adesão me deixou feliz! |vejam na galeria as obras dos super-artistas|



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